Momento De Uma Lágrima

Não tão velho quanto o tempo,
Ele está lá limitando países e continentes,
Separando amigos e parentes,
Transportando-os para lugares desconhecidos,
Seguindo em harmonia com a natureza,

Com seus membros invisíveis esbanja sua beleza,
Como um coração pulsante,
Serpenteia no seio de matas verdejantes,
Desfila, majestoso, pelas fendas do planeta!
Ora levando o olhar perdido de alguém que ficou,
Ora carregando a flor que caiu,
A semente que de alimento serviu,

Em sua lâmina translúcida,
Reflete todos os astros do firmamento,
Com suas águas plácidas,
Às vezes turbulentas, ou apenas um fio,
Segue incansável,

O Rio!

Segue burburejante, hora espumante,
Se mostrando nas cascatas,
Reluzindo como gotas de prata,
Segue, segue até a próxima estiagem,
Dizendo adeus para suas margens,

Até ser sugado, abraçado pela fúria do mar!
Que pena! Era um sonho,
Acordei com a sua nascente em meu olhar!

NB - Poema editado na Antologia Internacional 
"Roda Mundo 2006" Editora Ottoni
Milton Cavalieri
Enviado por Milton Cavalieri em 25/09/2005
Reeditado em 15/10/2009
Código do texto: T53827