DESTINOS IGUAIS
Na vila de Monte Verde,
Muitos fatos se passaram;
Conheci Mário e Marina,
Criaturas que se amaram.
Mário, moço muito bom,
Trabalhador honrado;
De todos que ali viviam
Era muito estimado.
Mário conheceu Marina,
Numa festa de São João;
Marina moça bonita,
Parecia uma flor em botão.
Passaram aquela noite,
Na mais perfeita harmonia;
Combinaram de se casarem
No prazo de poucos dias.
Marina era de longe,
De onde não sei contar;
Só sei que ela foi s'embora
Com promessa de voltar.
Quando o pai de Marina
Ficou sabendo do negócio;
Muito nervoso exclamou:
- "Eu não preciso de sócio!"
Marina escreveu uma carta,
Ao seu amado enviou,
Contando claramente
O que seu pai lhe falou.
Mário leu a missiva
Que dizia, tristemente:
- Não posso ir ao seu encontro,
Pois papai jamais consente.
Mário ficou desorientado
E tornou-se um sofredor;
Pois, não sabia o que fazer,
Pra rever o seu amor.
O pobre moço pensava
Esfregando a testa co'a mão:
- "Raptar M a r i n a ! ...
É a única s o l u ç ã o ."
Naquele exato momento,
Teve uma idéia excelente;
Preparou seu cavalo branco
E viajou apressadamente.
Chegou logo no destino,
Num jardim belo e florido;
Por um menino que ali estava,
Foi gentilmente atendido.
Mário disse ao menino:
- Quero que me faça um favor;
Entregue este bilhete,
À Marina, meu amor.
Marina recebeu o bilhete
E num instante leu;
Tudo que ele dizia,
Marina compreendeu.
Marina foi ao local
Que o bilhete indicou;
Mário estava a sua espera
E com carinho lhe abraçou.
Mário disse: - "Meu bem!"
Ouça o que vou lhe dizer:
- Monte aqui na garupa
E vamos juntos viver.
Sem pensar em mais nada,
A bela Marina concordou
E seguiram viagem,
Cantando canções de amor.
O pai da bela Marina
Não queria concordar;
Mas depois de alguns dias
Resolveu a s s i n a r .
Marcaram o casamento
Pra noite de Natal;
Receberam as alianças
Sob a bênção nupcial.
Casaram e vivem felizes;
Pois, Deus quis lhes dar,
Os destinos iguais
Para juntos viver e amar.