Almas Libertas
Depois de um dia lotado,
Faculdade, trabalho,
O corpo cansado,
Adormece
Dominado pela exaustão.
Alma desprende-se,
Paira livre
Olhando o corpo inerte,
Que alivia suas dores
Na cama quente.
Voando liberta-se
Da prisão carnal,
Pára diante do espelho
Contemplando sua forma,
Etérea.
Não é toda branca,
Não há só paz e pureza,
Não é toda rosa,
Não há só amor e grandeza,
Um mistura de cores interessante.
Branco, preto, rosa, vermelho,
Azul, verde, cinza, amarelo,
Anil, violeta, laranja,
Lilás,
Cores mil.
Sente-se bela,
Mesmo sabendo que não há só beleza,
Aceita-se assim imperfeita,
Entende-se boa e má,
Admira-se com suas fraquezas.
Cansada da contemplação,
Decide ganhar espaço;
Viajar para os teus braços,
Distantes?
Não distancia para alma liberta.
Como um raio de luz,
Corta o país,
Do sudeste ao nordeste,
Encontrando sua alma
Amarrada ao corpo
Ela chama em vão,
Baila a sua volta,
Que cego pela razão,
Não nota;
Tristes esforços,
Sem resposta.
Insiste, persiste,
Cansada resolve partir,
Voltar a sua prisão,
Despertar o corpo,
Lamentar seus desgostos.
A volta para casa é rápida,
Triste partida,
Ao chegar, comovida,
Encontra tua alma,
Que espera.
Ambas, antigas conhecidas,
Voam juntas para a quimera,
Fazendo amor das almas,
Trocando fluidos,
Refazendo os corações partidos,
Deixando no ar a promessa,
Das muitas noites como essa.