Almas Libertas

Depois de um dia lotado,

Faculdade, trabalho,

O corpo cansado,

Adormece

Dominado pela exaustão.

Alma desprende-se,

Paira livre

Olhando o corpo inerte,

Que alivia suas dores

Na cama quente.

Voando liberta-se

Da prisão carnal,

Pára diante do espelho

Contemplando sua forma,

Etérea.

Não é toda branca,

Não há só paz e pureza,

Não é toda rosa,

Não há só amor e grandeza,

Um mistura de cores interessante.

Branco, preto, rosa, vermelho,

Azul, verde, cinza, amarelo,

Anil, violeta, laranja,

Lilás,

Cores mil.

Sente-se bela,

Mesmo sabendo que não há só beleza,

Aceita-se assim imperfeita,

Entende-se boa e má,

Admira-se com suas fraquezas.

Cansada da contemplação,

Decide ganhar espaço;

Viajar para os teus braços,

Distantes?

Não distancia para alma liberta.

Como um raio de luz,

Corta o país,

Do sudeste ao nordeste,

Encontrando sua alma

Amarrada ao corpo

Ela chama em vão,

Baila a sua volta,

Que cego pela razão,

Não nota;

Tristes esforços,

Sem resposta.

Insiste, persiste,

Cansada resolve partir,

Voltar a sua prisão,

Despertar o corpo,

Lamentar seus desgostos.

A volta para casa é rápida,

Triste partida,

Ao chegar, comovida,

Encontra tua alma,

Que espera.

Ambas, antigas conhecidas,

Voam juntas para a quimera,

Fazendo amor das almas,

Trocando fluidos,

Refazendo os corações partidos,

Deixando no ar a promessa,

Das muitas noites como essa.

Alíria Branca
Enviado por Alíria Branca em 02/07/2007
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