Erudita IV

Repugna-me,

a despedida.

Muito me aflige...

Insinua-se o retorno,

mesmo, sem pretexto,

declarado...

Deixar-te agora,

sem pudores,

é como libertar,

um beijo intenso...

Tornam-se meus,

teus lábios carnudos,

tanto quanto tua,

torna-se minha alma,

desespenrançosa,

ante o beijo, que assume,

sua verdadeira forma:

Ad Infinitum...

Deixarei cair,

as minhas máscaras?

Verás então,

minha alma insana...

E num gesto pensado,

e comedido,

toco, calidamente,

a tua face...

És um Ser, ímpar!

Até quando, não ostentas,

"Teus melhores Trajes"...

Até quando, todo dia,

é ainda,

um mero acaso...

Numa ousada tentativa,

de reatar o tênue laço,

resta-me o ímpeto,

de ousar, tecê-lo,

sempre, comedida...

Sempre ao lampejo,

de um irreprimível,

desejo...

Quando temerosa,

ainda, balbucio:

Aportarei por todo Mundo,

para aguardar-te, ansiosa!

Pelo beijo,

ou pelo fim...

Day Moraes
Enviado por Day Moraes em 09/10/2005
Código do texto: T58230