Erudita II

Ouça-me:

Não me resiguinarei!

Empunho a faca,

e dou-te,

a minha entranha...

Desfrute,

ou descarte-a!

Consola-me,

a Bachiana Nº 5...

Linda!

E já quase disforme,

retomo o corpo,

novamente...

Confesso,

precocemente,

precisar de ti...

Mesmo que em letras,

transcritas,

que nada mais fazem,

que refletir,

minha própria imagem,

ainda assim, confesso:

Necessito com urgência,

da tua doce companhia...

Ah ...

Aonde mora a lucidez,

precioso Ser,

que me é privado?

Cortejo a insanidade,

e sei, não sairei ilesa ...

Ainda assim,

resta o tempo,

para um suave beijo,

e um sutil apelo...

No único lugar,

que comporta

minha saudade,

já tornada não finita ...

O Tempo!

Padeço,

mais uma vez,

suprimindo-me da realidade...

E é neste período intrínseco,

entre a vida e a morte,

que celebro a tua paz!

Toca ao fundo,

uma triste,

e desconhecida canção.

Profundamente cética,

sufocadora, e angustiante...

Faço-me ressurgir,

neste obtuso instante,

do Pó, à Mulher!

Lembranças...

Nossos diálogos incompletos,

tornam-se monólogos,

no decorrer das noites...

Tantas coisas a dizer,

no entanto, tudo resulta,

num timbre frágil e inaudível ...

Lamentar,

é o verbo,

que tenho mais conjugado,

neste par de dias,

mas recuso-me a desistir,

de sentir saudades tuas...

Saudades, Amor.

Saudades ...

Dia é,

em que a inspiração,

desfila a largo,

porém sufoca-me,

algo importante,

que necessito dizer:

Eu te amo...

O resto é supérfluo...

É pura retórica!

Day Moraes
Enviado por Day Moraes em 09/10/2005
Código do texto: T58231