A horizontalidade do amor é recíproca e gigante
O amor é o gozo ser a descoberta
de tudo que há de belo no sexo e no mundo,
trazendo aos pés da amada em hora aberta
toda a eternidade de um segundo,
é o sol dentro dos dentes no sorriso
em que dos dentes jorrem alegria e paz,
saliva água que vai e vem do mar que piso,
água dos sete mares que em nada o desfaz,
como sadio distúrbio é o descontrole
das placas tectônicas do mar profundo,
que ao trazer do mar maior volume ao gozo
desfaz magicamente o que não o console
de ser provocador do amor com que inundo
o gozo em ser o êxtase e o êxtase o gozo.
Criando nova era para o ser dengoso
nunca atrapalhar gozo nem ser carência expressa,
sendo apenas malícia dengo que ao gozo
quase tudo que pode, mas sem muita pressa
entre os dentes solares e a palavra dita,
e ao que há de violento em força de vendaval
que só enfeitará a amada bonita
como se seus cabelos fossem roupa em varal
secando-a antes da chuva e após o banho
c’ a água doce do rio em toalhas de espuma
dentro da escumadeira de um fervor mais quente,
que possa imaginar no mundo toda gente,
pois só sabe quem ama este amor que assanho
ter ido muito à escola mas só ser de uma.
E sendo somatório de tudo em que suma
amantes em momentos de carinhos íntimos,
o amor não subtraia em dor que se consuma
a dor que é necessária a manter os ânimos
nos holofotes belos de olhos satisfeitos,
frescor reconquistado em ressureições
durante outros transes descidos aos peitos
onde dois corações balançam em dueto
a celebração do amor em tudo que foi ganho
ao desfazer tensões em prol de emoções
e sentimentos novos que eram conhecidos
em mil premonições do que o amor pudesse
na carne construir em todos os tecidos
o desfazer carcaças de mortes sem que em prece
se atrapalhe o jogo em amor virar súplica
por nunca ser pedinte nem o que se explica
por ser apoteose em avenida larga
ao evitar trazer recordação amarga
ao momento presente levado ao futuro
esteja tudo claro ou tudo bem escuro.