Soneto da MULHER AMADA

Soneto da MULHER AMADA

Você mulher, tendo os olhos escuros,

Mãos loucas, leves, suaves e sem fim,

Quem é você que sempre está em mim,

Que sou impuro, deveria estar nos puros?

Você mulher, tendo lábios tão maduros,

Com rosto infantil, como criança assim,

Onde foi criada, pois é boa para o ruim,

Irônica e fatal para meus versos duros?

Mulher fugaz, sem direito, sem ninguém,

Minha alma agora nua soluça por você,

Não é poética, nem poeta, não é alguém.

E é tão pouco mulher, mas não sei porque,

Se tal fosse, seria má, seria boa também,

Seria amante e não teria muito a dizer.

tancredo
Enviado por tancredo em 27/10/2005
Código do texto: T64126