Grito de liberdade

Com passos altivos ela caminha,

Docemente abre a porta da senzala

Ao ver-te no canto encolhido

Despe da sua pose e em pele faz-te o preferido.

Um cheiro de corpos suados exala

Não há senhora e nem escrava,

Não mais escravo ou senhor,

Apenas seres que se devoram em nome do amor.

Tu prometes o corpo e alma,

Ela se compromete, perde a calma.

Assim vão num instante,

Do céu ao inferno, sanidade e loucura, nada é constante.

Cavalgando abrem-se as portas da senzala,

Nus caminham pela relva que os acolhe

São deuses que em pele se revelaram

E o grito de liberdade na eternidade entoaram.