Ansiosa em sentir a tua pegada

Tu não sentiste no lamento,

O grito pela tua presença?

Ao maldizer o cinza,

Chamava o amante, o homem, o rebento!

Como poderia ser cruel ou ranzinza?

A menina dos olhos ainda gozava nua

Ardente em febril desejo,

Querendo entregar-te e dizer-te: tua, tua, tua...

O sol está em ti, poeta!

Era esse o lamento da mulher,

Tomada pela fome de tuas palavras, com a alma inquieta.

O que poderia pintar o céu de azul?

A tua tinta docemente derramada

No corpo nu da poetisa, ansiosa em sentir a tua pegada.