Despossessão

Despossuído da ânsia

o desejo não é vício,

não é compasso de espera

desafinando a música,

não pensa no lodo das ruas

em alienação indelével,

é rio que não assoreia

as suas margens como

se fosse apenas nascente;

despossuído de tudo,

o desejo não abre mão

de nenhum merecimento,

sempre é causa, nunca

efeito, sopesa as alegrias,

o poder das circunstâncias

e as janelas construídas

após a porta aberta

para o acolhimento

do amor dionisíaco

na festa do que faz sentido.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 18/07/2023
Código do texto: T7840131
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