A poesia ereta
Escrevo pra ela a canção ereta
A que se levanta
E clama atenção
Mas ela não se toca
Escrevo a canção mais rica
Da lavra mais pura
Bendita
A mais pura água de fonte
Mas ela não tem sede
Faço a poesia mais quente
Como ferro na brasa
Ponho fogo no mundo
Mas ela não me chama
Acho que ainda dorme
Na manhã desperta
Ou se distrai com televisão
Trabalho
E outras bobagens
Lê palavras quaisquer
Improcedentes
Num livro do Século 19
Ou de antes
Não me vê quente
Demente
Vazando poemas pelos poros
Poesia de sangue e ventre
Sempre.