MARISA QUEIROZ - do sonho à realidade

Entrando um dia no recanto

Mais que a tua extraordinária crônica

Foi com os teus olhos

E com o teu sorriso

Que eu me fui deitar

E sonhando acordado

Senti-me tatuado

Por teus suculentos lábios

Que brincavam com meu queixo

Minhas orelhas meus olhos

Minha testa meu pescoço

Deambulando de um lado para outro

Até à nuca

E qual valsa ou tango

Acabaram dançando

E adoçando minha boca

Com um olhar longo e oblíquo

Desnudaste-me

Num jogo de sedução

Cerraste-me os olhos

E por tempos infinitos

Senti apenas os teus cabelos

Deslizando por todo o meu corpo

Afagando-me

Tão subtil e sensualmente

Elevando-me aos céus

Entre delírios

Como se os teus cabelos

Fossem anjos

Perfumando-me a alma

Quando teus dedos

Fizeram de mim um piano

Voluptuosas sensações

Criaram espumosas nuvens

Que desabando sobre o meu peito

Aveludadas e suculentas lágrimas

Fizeram-me derramar

Como se eu fora um rio

Onde tu sereia

Com o teu canto

Qual Mozart ou Bach

Fazias-me voar

Entre galácticas orquestras

No meio de tantos e fabulosos sons

Teu nome ecoava nos meus ouvidos

Nascendo a certeza

Que mais tarde ou mais cedo

Iríamos dançar

Poucos meses depois

Passeávamos junto à praia

E outra coisa não rolou

Que não fosse o teu charme

A tua classe o teu requinte

A tua doçura

E depois de uma noite

Repleta de pura poesia

Seguiu-se outra

Em que nem a chuva

Impediu o nosso sambar

Ps. Porque mais vale tarde do que nunca, este é o teu presente de aniversário.

Policarpo Nóbrega
Enviado por Policarpo Nóbrega em 12/09/2008
Reeditado em 07/04/2009
Código do texto: T1175356
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