Mulher II

O poeta se deleita solitário,

contempla cada traço desse universo chamado mulher,

cada uma com um gesto particular, um significado, um sorriso a desvendar feito impressão digital,

mesmo num planeta onde existem milhões de mulheres nenhuma se faz igual a outra...

Cada uma conserva em seu interior a joia rara...

se na aparência se encontra alguma semelhança,

será na voz, no jeito de sorrir, na sensibilidade, a diferença crucial e marcante...

mulher figura de inspiração de tantos poetas,

muitos quiseram ter suas musas para inspiração eterna,

mas apenas puderam respirar o teu perfume sem senti-lo em teu corpo...

E assim me contento entre tantos desencantos,

contemplar no olhar a beleza e me encher de contentamento só porque a vi...

Porque ela olhou vagamente em minha direção...

eu tentei decifrar o teu olhar como deveras o amante de artes desvenda a pintura...

cada cor, cada movimento, cada significado implícito...

Seria mesmo, pensei eu, que o amor que nascerá do encontro meus olhos com os dela?

Respirei da manhã orvalhada um suspiro de natureza perene,

tão cheio de vida que minha vida não pode se explicar ali...

Perdeu-se nos tons que se pigmentavam multicolorido formando um único tom...

E o som que sopra com o vento de algum lugar parecia anunciar um vulcão de emoções em erupção,

viria formado por uma nuvem sensações que se convergiriam em um único ponto...

Fora de estação, numa tarde de muito calor onde nem mesmo as nuvens mais pálidas descansavam no céu...

Veio mulher, sorrateira, como quem invade um cenário e logo rouba a cena...

E me roubou um beijo como quem quisesse me levar cativo de mim...

Levou-se horas, minutos, segundos...

Consumou-se um ato perfeito, a lua encheu o seu com seu brilho ou era ela, mulher, quem refletia na lua todo encanto.

E eu, dancei, dancei como quem celebra a chegada de um ano novo, meus pés mal podiam se equilibrar como se dançassem sobre brasas...

Meu coração transbordou, incendiou, estremeceu...

Quando, mulher, tocou minha vida, eu desabei...

De repente me vi preso, cativo para sempre em teus braços, ainda que me apertasse, jamais fugiria!!!

Francis Poeta
Enviado por Francis Poeta em 11/02/2010
Reeditado em 15/06/2014
Código do texto: T2082278
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