Líbano

Uma Terra que gira, imensa

No espaço esponjoso de sóis.

Nós, alheios. Pisamos seu lombo como gatos,

Arrastamos temores

Criamos compromissos banais

Fazendo de conta negócios.

O mundo mora no horror.

Atmosfera de feras

Vultos, conspirações.

Líbano de flores mortas.

Crianças despedaçadas, avós,

Vísceras soltas, caras cinza

Corações mudos.

Lágrimas de pó, endurecidas

Como garras e facas

A sós.

Não sei com que braços,

Recolhe teus pedaços, Líbano.

Não sei com que sangue

Voltarás a latejar.

Talvez

Nos olhos bola- gude

De tuas crianças vivas

Na poeira das saias

De tuas fortes avós.

Talvez na consciência perdida,

Algum dia,

O mundo- te peça perdão.

Marieta
Enviado por Marieta em 05/08/2006
Código do texto: T210048