Uma Canção para Mamãe

_Veja essa Mulher!

A conheci com muito vigor;

vi o tempo que passara a galope ...

e ela, tão entretida na lida

que, se quer notou.

E as pessoinhas que sacudiam

sua saia exigindo-lhe atenção,

onde estão? Como seu vigor

por certo, também se foram.

Agora fica aí diante da janela

como se esperasse por alguém,

com um olhar perdido e vazio;

cena tal inspirou-me esta canção:

"Todos os dias ao cair da tarde

ela debruça na janela

só pra ver o sol descer no horizonte

escoando a luz amarela

Um filete de saudade

lhe arrebenta o coração

uma lágrima rola

tão grande é a solidão

Ao cair da noite lá vai ela se deitar

na cama ao seu lado é vazio

ninguém para esperar...

Vejo que nem as lembranças

lhe restáram, ela, mal sente

o travo davida que teve,

e o que chegam aos ouvidos

também se vão ficando

apenas a calosidade na alma.

consternada eu aproximo-me dela;

o meu cheiro lhe é estranho

assim como a minha voz.

Ela nem ao menos sabe

quem eu sou mas, eu sei

quem ela é, e a conforto

no meu abraço...

_ Ah! Minha mãe, minha mãe!

Estes meus olhos danam-se doer

brotando lágrimas dolentes

quando eu me lembro de você.

Você na quela agonia

agonia que avisava...

avisava que você agonizava;

agonizava-se a morrer.

VALDA FOGAÇA
Enviado por VALDA FOGAÇA em 19/12/2011
Reeditado em 19/06/2023
Código do texto: T3397297
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