PLANTAR AMANHÃS

É preciso botar a mão na massa

e fabricar o pão da união fraterna.

Escrever no muro, nas mentes, nos medos;

meter os dedos na ferida.

Abrir a boca, o verbo, o verso e o inverso;

fazer da vida mais que rimas.

Mais abraço, contato...

Braço a braço, abrir espaço,

fazer o ninho, o berço, o lar para todos.

Do nosso mais distante amigo

ao inimigo próximo, perdão.

Como Cristo amar a unidade,

como um taoista, ver o ying e yang em tudo.

Unir cantos, em cântaros, cantar;

alargar a festa e abrir a cortina.

Botar a massa na praça, na rua

para ver o luar e o sol

e o suor ver escorrer dos rostos na dança.

O gosto da vida é ter emoção,

cruzar com gente, ver gente, olhar gente.

Dar passos em direção à ALEGRIA

abrir portas, janelas, olhares,

bocas e horizontes.

Subir aos montes, edifícios, fincar bandeiras vivas,

gente de paz, de glórias a edificar.

Fazer história, plantar amanhãs

e, em uníssono, cantar a vitória.

cp-araujo@uol.com.br