Zanzalá o Poema
Vou partir pra Zanzalá
No vento da madrugada!
Fica do lado de lá
Desta muralha azulada!
Quero embora para lá
Porque aqui já não me cabe...
Quero a flor do manacá
E o mangue cor de azinhavre.
Nessa terra Zamiresca
Quero viver poetizando
Lá tem frutos e água fresca
E uma rede, quando em quando.
Lá numa Pira incansável
Brilha grande evocação.
Pai Sumé, esse honorável
O fogo dá a distinção!
Ensinou a agricultura,
Falando de paz e amor!
Pra que o homem co’estrutura
Alcançasse o seu primor.
Vou partir pra Zanzalá
No vento da madrugada,
Vou-me embora para lá
Com a alma descansada!
Lá, portas ficam às largas
Pois o medo é coisa finda.
Há paz em todas as plagas,
Serra abaixo, serra acima!
Lá terei meus camaradas
D’arte e da literatura...
E o cantar das madrugadas
Sinfonia de abertura...
Lá terei minha cabana
Onde amarei com ternura
Uma morena serrana,
Fruto da minha ventura!
Baseado em leitura do livro Zanzalá do escritor Cubatense Afonso Schmidt.
Zamiresca – A junção das palavras Za e Mir que em Russo quer dizer: pela paz.
Afonso Schmidt criou a palavra Zamiresca, no sentido : um lugar de paz, terra de paz