O bonde
Passa o bonde
Aqui de fronte
A rua irrompe
Depois das onze
Não mais que ontem
Vêm de longe
De trás do monte
Não sei de onde
Atravessa a ponte
Da praça à fonte
Depois se esconde
Ao sul do conde
Do sol do monge
E na curva some
Passa o bonde
Aqui de fronte
Da vila rompe
Atrás um homem
Que tem fome
Mas nada come
Só se consome
Quiçá desmonte
Não sei seu nome
Talvez se sonhe
Mas não me conte
Ou somente ronde
Feito o bonde
E a mim não tombe
Passa o bonde.