AQUELA TOALHA
...depois me afasto, saciado e pleno
pela última vez ainda contemplo
num vasto templo de recitais de amor
aquela toalha.
Hasteada como bandeira
relembrando brincadeiras
poemas molhados no cais.
Na fuga, de dor já despido
um amplo rastro de navalha
que cortou trilhas e ladeiras
de encontros horizontais.
Sombras abrem portas
incentivadas por traiçoeiras luzes
que de mim se despedem
mostrando-me a saída.
Fui amigo sim. Amante talvez.
Já fui futuro. Serei passado outra vez
Quem dera fosse eu saudade
deixada num palco
em toalhas molhadas
pela nossa embriagues!