AQUELA TOALHA

...depois me afasto, saciado e pleno

pela última vez ainda contemplo

num vasto templo de recitais de amor

aquela toalha.

Hasteada como bandeira

relembrando brincadeiras

poemas molhados no cais.

Na fuga, de dor já despido

um amplo rastro de navalha

que cortou trilhas e ladeiras

de encontros horizontais.

Sombras abrem portas

incentivadas por traiçoeiras luzes

que de mim se despedem

mostrando-me a saída.

Fui amigo sim. Amante talvez.

Já fui futuro. Serei passado outra vez

Quem dera fosse eu saudade

deixada num palco

em toalhas molhadas

pela nossa embriagues!

Darci Cunha
Enviado por Darci Cunha em 22/04/2006
Código do texto: T143410
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