SINFONIA DA SAUDADE
*Fanny*
Procuro-te na imensidão do sonho, no mistério do vasto horizonte
e, no sorriso do mar, ouço a tua canção, melodia da tua alma encantada,
versos da mesma canção que nós escrevemos com o olhar...
embalada pelos abraços de seda, na aurora das emoções entrelaçadas.
A tua voz desliza, mansamente, na brisa que me afaga a face e os sentidos...
Ouço a tua saudade, o teu desalento, os teus anseios, os teus delírios...
sons de silêncio e sedução perdidos no labirinto dos nossos destinos...
Quisera eu agarrar os verbos de ternura conjugados com o teu olhar
e revelar-te as emoções aprisionadas, inebriadas do meu sentir.
Ah amor...por que tinha de ser assim?
Que saudade dos momentos que não vivemos...
e recordamos com a memória do sentir de outros vetustos tempos,
acarinhados pela teimosia dos nossos pensamentos!
É nos braços da memória, que eu beijo a alvorada da tua presença,
colho as flores que brotaram dos teus lábios inebriados de tanto amor,
pétalas de sinfonia, orquestras de carícias profundas em harmonia,
fragrâncias de luz, arco-íris de mil cores, oásis de múltiplas fantasias.
Do amor que os meus olhos vislumbraram nas estrelas do teu olhar,
fazem-se prece os meus íntimos desejos...soletrados de infindos suspiros.
Quero encontrar-te e resgatar ao tempo as nossas emoções suspensas e adiadas!
E, nesta espera, nas minhas solitárias madrugadas,
solto as minhas asas ao vento, no horizonte dos mágicos enigmas...
Possam elas buscar-te no infinito e trazer-te nas estradas angelicais encantadas,
enfeitadas de sorrisos e olhares festivos, bailando ao som da nossa eterna sinfonia.