Fatalidade

Fatalidade

Do fundo do meu quintal

Dava para ver bem distante

O clarão das chamas do canavial

E me entristecia o semblante

Com pensamentos sombrios.

A correria dos tatus e pacas

O chiado das cobras sapecadas

E o pavor dos calangos

Nos buracos apertados e longos

Sem ter mais prá ondo correr.

De manhã as carcaças chamuscadas

Na terra pareciam restos de tição

E no entardecer chmava a atenção

Dos urubus nas altas camadas

Voando em circulos, a reverenciar o banquete.

A lembreança de que tudo aquilo

Era uma fatalidade corriqueira

Ao final do corte de cana

Todos os anos ao iniciar

A moagem nos engenhos.