Promessa
Promessa
Não é facil, mas eu juro
Que vou nascer de novo.
Prometo que vou nascer
Pendurado lá naquela serra
Todo sujo de barro
E com a impressão digital dos lageiros,
As barrocas e as grotas
As gretas por onde correm mocós e preás.
E de lá da serra do Cajueiro
Ouvir o tanger dos sinos,
Sentir o sereno da noite
Que orvalha os caminhos,
O mugir dos bezerros
E a batida do pilão
Preparando o café, com rapadura.
Acompanhar o bater do feijão
E sentir no vento, o cheiro
Da garapa fervendo e virando mel.
Não, não é facil
Mas eu vou nascer de novo
Lá na serra do Cajueiro.