O Baú

O Baú

Aquele velho baú no quarto

Por trás da porta, empoeirado

A muito tempo ele não é aberto.

De repente e sem motivo aparente

Ele olha atrás da porta

E a nostalgia vem chegando

Como um trem a todo vapor, pulsante.

Como num passe de mágica,

Aberto ele se oferece mostrando

As relíquias esquecidas e trazendo

As lembranças de uma infância mágica.

A surpresa não o deixa pensar

Porque aos borbotões vão saido

Do velho baú; o pião, o carretel de linha da pipa,

A primeira bola, o estilingue de caçar,

O soldadinho de chumbo e as bolinhas degude.

Novamente ela bate na porta chamando

Mas ele não responde, esta no chão sentado

No meio do quarto, já tentou enrolar o pião

Agora tenta montar o jogo de quebra-cabeça.

Ela se aproxima por trás e ao lhe fazer um cafuné

Ele vira o rosto radiante. Então ela percebe

Nos seus olhos o brilho intenso de uma chama

Que esconde os noventa e tantos anos vividos.