A Morte Simbólica do Amor

Quando o sol nasceu eu queria antever

o que todas as palavras causariam.

Tentei de todas as formas amainar

a dor que estava em mim e eu sofria.

Mas quando estamos com alguém

não imaginamos estar com esse alguém

por alguns segundos.

Por algumas horas.

Por alguns dias.

E sim por todo o sempre.

Projetamos o amor para o futuro.

Mas ele é o presente, aqui e agora.

Não se vive só das memórias.

É tão curioso quando amamos,

nos separamos e tudo acaba.

É como se quem amamos tivesse morrido.

Você sabe que ela está em algum lugar.

Que ela existiu, mas partiu deixando saudade

em seu coração.

É a morte simbólica do amor.

Você sofreu tanto e chorou.

Sentiu como se não pudesse

viver sem quem tanto amou.

Lembra-se dos dias que foram felizes.

De todos os beijos e caricias.

Dos reencontros e despedidas.

Da saudade que fazia querer

estar ao lado logo que fosse possível.

Amor que muitas vezes era melhor

nunca ter existido.

Mas sem ele seriamos só um vestígio

de tudo que somos agora.

A soma inerente de amores

que vieram e que foram embora.

Vivos mesmo que em pequenos flashs

em nossas memórias.

Assim se fez solene em nossos corações

o amor que teve uma morte simbólica.

Renato Rodrigues
Enviado por Renato Rodrigues em 07/10/2012
Código do texto: T3920777
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