AULA DAS SETE
Por Carlos Sena


 
Nas manhãs dos meus tempos de infância,
Obrigação era a aula das sete;
Nas tardes dos meus tempos de infância,
Devoção era pintar o sete.
Nas noites dos meus tempos de infância
Sete eram horas poucas:
Havia noites de menos para peraltices de mais;
Havia sete desejos em libido
Setecentos lampejos contidos!
Mil “AIS” em cada moita,
Sonhos à solta.
Vontade de fazer chover canivete,
Cinto na mão:
“acorda menino, que hoje tem aula das sete”!