Portas e Janelas. 
Por Carlos Sena 

 
Carregava no coração mais cor, menos ação.
Regava sua saudade 
cantarolando loas sob as garoas da emoção.
Rezava, entrementes, um credo e ave maria
pois a dor do amor perdido
era maior daquelas que jamais sentia.
Cantarolava como querendo 
os males a espantar.
Mas, rolando o destino sofrido,
adormecia  solfejando fado de além mar.
Contudo, a vida nunca lhe intimidara
e diante dela havia portas e
havia ranchos e havia cancelas...
E as janelas abertas nunca se fechavam
pela insistência vã do retorno dela...
Carregava no coração e
Regava
Menos cor 
Mais ação...
 
Carlos Sena