Aquelas malditas lembranças
Tudo começou com um Lá Menor
Senti a saudade no soar dessa nota
Então sua imagem invadiu minha mente
E assim me senti tão pequena.
Foi quando toquei um Ré Menor
Apenas para curar a embriaguez de você
Porém meu quarto foi invadido por teu cheiro
Pensando em fugir, olhei a paisagem ao lado de fora
O céu alaranjado ainda iluminava o jardim
Nosso banco, vazio, encarava-me ao longe
Assim me arrependi pelo que não foi dito.
E o riso misturou-se com minhas lágrimas
Observei o céu até os primeiros traços do anoitecer
Foi assim que finalmente entendi.
Nem sempre somos autores de nossos destinos
E você foi minha maior invenção
Encaixando-se perfeitamente nas máscaras que te vestia
Não era falsidade,
Mas os espelhos refletem minha frustração.
Não tenho mais forças para recomeçar, continuar ou ficar
Como não posso te culpar pelos meus erros, desejos e medos
Então, por favor, não volte
Ao amanhecer, lavei meu rosto para curar-me da abstinência
Assim tomei coragem para finalmente enterrar meu passado
E guardei apenas as lembranças
E que doces lembranças...