Não Há Ausência
Eu não acredito
Que não escreves onde eu leio
Mas aceito
O vazio que se torna cheio
Eu não suplico
Que escrevas para a lua
Nem rejeito
Tua forma de dizeres que a hora é tua
O teu silêncio, eu não aguento
Escrevo por ser o jeito
De encontrar alento
De ter-te num abraço quando penso
Abraças teus pensamentos
Sem publicá-los
Abraço meus sentimentos
Sem externá-los
Grande saudade corre em meu peito
Recorro aos poetas para me falarem
Leio e releio cada texto por completo
Com o pretexto deles me acalmarem
Eu nem te abraço, nem te beijo
Mas foste o farol da minha escrita
Sabe que o teu cortejo
Foi a minha poesia favorita
Não te detenhas em tua poesia
Canta aos ventos o teu amor
Escreve, pois a palavra anestesia
E esquece de quem deixou a dor
Deixa um pouco de ti ainda comigo
Não te ausentes assim tão de repente
Diga o teu poema em meu ouvido
E te serei grata eternamente