Nas curvas dos seus olhos

Mesmo nos dias mais cheios

Nos verões ou invernos mais solitários

Nas curvas dos seus olhos que eu me encontro

Não é por causa da distância e nem do silêncio

Que eu me esquecerei do que passou

Hoje sou eu passando, sou passado

Verbo antes conjugado

Sem presente, solitário....

Só imagino que esteja sendo feliz

Que possa sorrir onde eu chorei

Que possa acertar

Triunfar onde eu falhei

Hoje minha mente falha

Há uma fenda em meu coração

E mesmo assim, apesar de tudo

Nas curvas dos seus olhos

Que eu me encontro

Que eu me perco pela última vez

Há um abraço gelado esperando por mim

Um sorriso sarcástico em cada lugar

Nas bifurcações da minha vida

A Morte teima em me abraçar

Querendo me levar de forma furtiva

E mesmo de olhos fechados

Meus olhos encontram os seus

Nessas curvas delicadas que tanto me fascinaram

Onde começa o seu olhar e termina o meu

Será a última miragem que verei

E você ouvirá meu último suspiro de adeus...

Ouvindo Adeus... e Nem Voltei de Madredeus

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 01/08/2020
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