Nas curvas dos seus olhos
Mesmo nos dias mais cheios
Nos verões ou invernos mais solitários
Nas curvas dos seus olhos que eu me encontro
Não é por causa da distância e nem do silêncio
Que eu me esquecerei do que passou
Hoje sou eu passando, sou passado
Verbo antes conjugado
Sem presente, solitário....
Só imagino que esteja sendo feliz
Que possa sorrir onde eu chorei
Que possa acertar
Triunfar onde eu falhei
Hoje minha mente falha
Há uma fenda em meu coração
E mesmo assim, apesar de tudo
Nas curvas dos seus olhos
Que eu me encontro
Que eu me perco pela última vez
Há um abraço gelado esperando por mim
Um sorriso sarcástico em cada lugar
Nas bifurcações da minha vida
A Morte teima em me abraçar
Querendo me levar de forma furtiva
E mesmo de olhos fechados
Meus olhos encontram os seus
Nessas curvas delicadas que tanto me fascinaram
Onde começa o seu olhar e termina o meu
Será a última miragem que verei
E você ouvirá meu último suspiro de adeus...
Ouvindo Adeus... e Nem Voltei de Madredeus