Pelo Vidro da Janela

     Sento junto à janela e fico vendo a vida passar. Pessoas apressadas, trânsito engarrafado, é hora de todos irem trabalhar, apesar do calor, homens de terno e gravata, mulheres de alto bem fino, equilibrando-se para andar na calçada de pedrinhas. O sol não está muito aparente o que significa que vai chover, as nuvens só mostram um outro pedacinho do azul do céu. 
     Crianças ao irem para a escola, vaõ em grupos fazendo bagunça. São felizes, nada conhecem da vida. 
     Só pego no meu trabalho às onze horas. O trânsito estará novamente enrolado com a saídas do primeiro turno das escolas e as mães que fazem fila tripla para pegar seus filhos bem na porta da escola. Elas não saem do carro. Só pensam nelas. Fica uma única passagem para todo o trânsito. 
     Meu trabalho não é longe, mas não dá para ir andando, aproveitando para caminhar,
Gosto de trabalhar, mantém todo o nosso organismo funcionando,  vemos pessoas diferentes,  e não me importo de lidar com público; mesmo os estressados, sei que suas quixas, na maioria das vezes, estão cobertos de razaõ. Quem houve as reclamações é quem atende, isso já é conhecido, embora, quase nunca tenhamos culpa. 
     Fico na janela imaginando cada pessoas pela expressão de seus rostos, alguns parecem sorrir, outros estão tão carrancudos, aborrecidos , já tão cedo do dia.
     No meu horário me arrumo, pego a bosa e saio para mais um dia que o que acontecerá e totalmente desconhecido. Mas fico preparada psicológicamente para não me deixar envolver pelos aborrecimentos alheios, apenas tento resolver o caso.
     À noitinha, com a sensação de dever cumprido, volto para casa e me sinto completamente segura e respiro aliviada. Mais um dia que passei sem nenhum tipo de probelema, pelo menos , costuma ser assim.
naja
Enviado por naja em 07/11/2008
Reeditado em 23/12/2010
Código do texto: T1270704