SOLIDÃO E PAZ


Guarda-me solidão,
Guarda este coração ferido,
Cansado e sem destino,
Totalmente perdido em sua dor.
Guarda solidão estas lágrimas,
E toda essa angustia,
Guarda-me no escuro,
Expulse os fantasmas,
Destas recordações do passado,
E todas os sonhos do futuro,
Apague as visões que já tive,
E afaste qualquer devaneio.
Solidão te peço de joelhos,
Que durante o meu descanso,
Jamais permita-me sonhar,
Ou fazer quaisquer planos,
Cansei de tantos enganos,
Preciso me reencontrar.
Guarda-me então solidão,
Por inteira sem reclamar,
Pois, não quero ver a lua,
Nem fitar uma única estrela,
Nem perceber naquelas letras,
Nos poemas que tanto guardei,
As mentiras que não pude enxergar,
Quero a partir de hoje solidão,
Nunca mais desejar,
Muito menos amar outra vez,
Pois, na vida só amei sem ser amada,
E cansei de viver desse maneira,
Chega de esperança, dessa crença,
Dessa dança de palavras,
Dessa poesia ruim,
Desse gosto amargo na garganta,
Desta alma destroçada,
Dessa vida sem graça,
A luta teve agora o seu fim,
Peço-te apenas solidão,
O descanso deste meu coração,
E que nos braços deste imenso vazio,
Eu possa ao menos encontrar,
Um momento que seja só de paz.

06/06/06

Sonia Ferraz
Enviado por Sonia Ferraz em 07/06/2006
Reeditado em 04/08/2012
Código do texto: T171083
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