O velho Chico e os Severinos
Chico, meu velho Chico
Estão te matando, e eu também
Já estou a morrer de saudades.
Estas doente Chico
Infectaram-te com desmatamento,
Assoreamento e descaso.
Sentes-te Chico, a morte do Pageú?
Do Riacho do Navio,
E tantos outros parentes teus, sentis-te?
Meu velho Chico
Agora vem o golpe de misericórdia,
É como eu já disse;
O teu atestado de óbito
Disfarsado com um nome
Que os Severinos nunca virão
Trasnposição.
E quem lavara o rosto
Suado do Severino?
Que é só rugas e lagrimas,
Se estás a morrer Chico?
Chico os teus carrascos
Nadam em piscinas
E rios de dinheiro.
E são donos e senhores
Do único remédio
Que poderia te salvar,
O voto dos Severinos.
Que só valem
Uma cesta básica
Ou a esmola
De uma Bolsa Família.
Chico valem pouco
A tua vida e liberdade
Assim como os meus direitos.
Meu querido Chico
Nossos algozes são os mesmos
E sobrevivem da nossa miséria.