Lagrimas no Jardim

Lagrimas no Jardim

Toda manhã o cravo desabrochava

E soltava o seu aroma em direção ao roseiral.

Era só uma brincadeira porque ele não via,

E nem sabia de quem era aquele inebriante perfume.

Então quando chegou a primavera

O destino pregou-lhe uma peça

E pela primeira vez ele viu aquela maravilha escarlate

Abrindo-se de pétala em pétala

E o cravo apaixonou-se perdidamente.

E como todo amante apaixonado

Ele queria estar junto, e combinaram

Que á tarde quando o vento primaveril

Estivesse mais forte, eles teriam a sua chance.

E quando o vento soprou ele soltou-se

Flutuando em sonhos cálidos, atirou-se para sua amada.

Mas algo atravessou-lhe o peito

E ele nem viu aqueles lábios rubros entreabertos

E as lágrimas da sua amada.