ACORDA-ME
* * *
ACORDA-ME!...
Quando as aves cantarem
na madrugada do novo dia;
Quando o vento assobiar
despreocupada melodia;
Quando os rios dançarem
libertos de porcaria;
Quando vierem do mar
ondas de alegria!...
ACORDA-ME!...
Quando o Inverno
se for de nós um dia;
Quando o silêncio abafar
a intensa gritaria;
Quando surgir o Verão terno
que tanto cria;
Quando - por fim - tudo alcançar
aquele que porfia!...
ACORDA-ME!...
Na alvorada
desse tal dia;
Quando em nós irromper
a Luz que extasia;
Quando rasgar a estrada
a Voz que nos guia;
Quando a Terra finalmente viver
nos encantos da Poesia!...
ACORDA-ME!...
Chama-me sem falta,
na manhã desse glorioso dia...
Nesse momento de harmonia,
que todo o meu ser fantasia
e que minha alma exalta!...
Mas... Se assim não for
- Por favor! -
Deixa-me no meu torpor...
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24/06/2004, Abílio Henriques