Estupro

Pelas ruas estreitas, como às claras,

em becos, estradas viajantes,

em cenas de cinema ou realidade,

respeito à beleza há de tecer

algum caminhar livre para as mulheres,

bem-quistas ou malquistas, feias, belas;

sim, desejo e continência são

parceiros, não há um por quê

não sê- los. Sublime é um poema neste

aspecto, por tocar a beleza

sem manchá-la, embora no amor mais

verdadeiro, se possa até beijar

integralmente. aquela que nos braços

nos acolhe. Como se toca a letra

de uma música, seja em violão

ou violoncelo; piano dedilhado com

paixão de nona sinfonia ou Claire

de Lune. Por que nem no amor se pode

tudo, sem laços, sem amarras

n'ambos punhos, nunca subjugado

é o sentimento. Quem bate é o coração,

somente ele, que sobe até à boca

para gritar que praticar estupro

é um absurdo, uma monstruosidade

sem tamanho; no inferno deve

haver crença nestes casos, que purgue

em fogo eterno o perverso

a culpa do seu crime hediondo.

E morra eternamente todo séquito

capaz de praticar crime de novo.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 27/05/2016
Reeditado em 27/05/2016
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