Cantiga de Amor
Cantiga de Amor
I
Você sabe que seremos assim
Como ovelhas desgarradas, fora do rebanho.
Então porque me mandaste embora da tua vida?
Você sabia que o meu alvorecer
Não seria mais o mesmo sem você.
E que as estrelas sem brilho
Seriam como meros candeeiros
A tremeluzir sob a tempestade,
Mas você me mandou embora da tua vida.
II
Falei sobre metáforas descabidas e exageradas,
Fiz chover flores e versos sobre você,
E embriagado de amor e paixão sofri
Sob as ameias do teu castelo que eu mesmo construi .
Tangi violinos e tambores em baladas
Que seriam ouvidas pelo resto dos nossos dias
Mas tu me mandaste embora.
III
Fui construtor e executor das extravagâncias que se sucederam.
Era teu jardineiro particular e me entristecia
Quando não te trazia flores pela manhã.
Ergui um altar bem no meio do jardim pra você,
Onde todo o dia agradecia aos deuses
Pelo presente de contemplar tua face – verônica do amor-
E sentir a vida transbordando do teu hálito.
IV
És tanto é tudo e como dói a tua ausência.
V
Será certo que ainda cantaremos os cânticos dos êxtases?
No meu grito louco de amor preso na garganta?
Esta escrito na nossa historia, ou os oráculos nos enganaram?
Enquanto isso vou caminhar pelo tempo preso no castelo vazio,
Até o dia que minhas lagrimas encontrarão teu rosto.
Capricho, tu me deixaste ir embora.
Fernando Alencar