Devaneio

Quisera eu que ela falasse

Censuro, de imediato, o meu devaneio

(Intento)

“Que loucura essa, penso!

Quer entregar-se à ‘transloucura’

Desse ato, sem senso?”

Convenço-me de novo...

Da janela, a luz do Sol cintila

(Vejo)

Pétalas vermelhas numa suave

Beleza tímida

Chego mais perto do encanto,

Meço as palavras em ousadia

Pálido e cálido

(Confesso)

No entanto, entrego-me à sintonia

Desde então, conversamos

Por horas

Sem pensarmos em despedida

(Consenso)

Penso eu: “Serás minha (para sempre)

(Eterna) companhia?”

Eternizo, enfim, a lembrança

Das conversas saudosas

Agora, em pranto

(Fico)

Pergunto a mim mesmo:

“Por que choras?”

Penso nela, minha Rosa, que foi embora

Murcha, sem vida, sem cor

E muda!