VIDA VAZIA 

Despenteada, muda ...bela, 
Ao vento doce da primavera,
Sob a luz fraca de uma vela,
O coração se dilacera.

Bôca sedenta, parada...aberta,
Bebe do beijo puro...vivificante,
E por um instante então desperta,
E olha triste o seu pobre amante.

O suor toma conta do corpo cansado,
Gotas frias molham sua cama,
Este coração que agora despedaçado,
Foi dele que só neste instante ama.

E o grito seco ecoa vocativo,
Pelos quatro cantos do quarto muito lento,
Neste último instante vivo,
Sua alma se vai... devagar...com o vento. 
1976
Sonia Ferraz
Enviado por Sonia Ferraz em 18/03/2021
Reeditado em 18/03/2021
Código do texto: T7210368
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