Entre João Cabral e Humberto de Campos

O meu idílio tornou se opaco

Saio do dueto e do sonho poético

Como quem lava as mãos apressado

Porque o amor comeu os meus sonhos

Devorou minha paz, me tornou bisonho,

Entrou água na fervura apagando o fogo,

A paisagem da janela tem movimento tropego

A quietude da paixão hoje come minha paz,

Saio do chuveiro vestido de banho, fugaz

Sinto o amor devorar o tempo e minha poesia

O mar do canavial rasgou o que eu vestia.

E o falar dócil da indiferença lambeu o poema

Deixando me como quem grita e clama.

Fernando Alencar

07/09/2018

Fernando Alencar
Enviado por Fernando Alencar em 16/01/2022
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