Entre João Cabral e Humberto de Campos
O meu idílio tornou se opaco
Saio do dueto e do sonho poético
Como quem lava as mãos apressado
Porque o amor comeu os meus sonhos
Devorou minha paz, me tornou bisonho,
Entrou água na fervura apagando o fogo,
A paisagem da janela tem movimento tropego
A quietude da paixão hoje come minha paz,
Saio do chuveiro vestido de banho, fugaz
Sinto o amor devorar o tempo e minha poesia
O mar do canavial rasgou o que eu vestia.
E o falar dócil da indiferença lambeu o poema
Deixando me como quem grita e clama.
Fernando Alencar
07/09/2018