A patinadora de Kiev

Ela escreveu na neve com os patins nos pés

a palavra paz tornada rara em tantos lábios,

mesmo nos pálidos de medo, assim, sem fés

em nada mais que além de dias tristes, frios.

-

O que já estava escrito, sempre se repetindo,

não importava a ela nem mesmo um segundo,

agora escreve curvas, as todas do corpo lindo,

como se fora a morte branca desse mundo.

-

A morte da cor branca a se tornar sanguínea,

brancura onde a fumaça irá tingir o vermelho

do sangue caído da boca da espingarda ígnea,

até não haver no mundo inseto, escaravelho.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 12/02/2022
Reeditado em 23/03/2022
Código do texto: T7450684
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