A patinadora de Kiev
Ela escreveu na neve com os patins nos pés
a palavra paz tornada rara em tantos lábios,
mesmo nos pálidos de medo, assim, sem fés
em nada mais que além de dias tristes, frios.
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O que já estava escrito, sempre se repetindo,
não importava a ela nem mesmo um segundo,
agora escreve curvas, as todas do corpo lindo,
como se fora a morte branca desse mundo.
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A morte da cor branca a se tornar sanguínea,
brancura onde a fumaça irá tingir o vermelho
do sangue caído da boca da espingarda ígnea,
até não haver no mundo inseto, escaravelho.