Morta Seara

Há um campo sem vigor ,esmaecido

Em minha alma, pobre alma entristecida!

Onde a flor da esperança, emurchecida

Se debruça sobre um talo já pendido!

Sem as luzes de um sol miraculoso,

Sem a chuva para dar-lhe novo encanto,

É tomado pelo Ar tempestuoso

Das tristezas efusivas do meu pranto!

Negros corvos sorridentes na viagem

Só de vê-lo se entristecem desolados

E os abutres atramente agoniados

Se afastam do horror desta paisagem!

A angústia, o perverso e mau lapônio

Arruinou-lhe; o largando devastado!

Como a alma de um filho endereçado

Pela mãe às pravidades do Demônio!

E assim; feias herbáceas espinhadas

Empestiam o desgosto deste Campo:

Onde a vida entre dores desgraçadas

Lembra o triste apagar de um pirilampo!

Moreira Júnior
Enviado por Moreira Júnior em 19/01/2023
Reeditado em 24/01/2023
Código do texto: T7699098
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