A morte da flor

 
 Sublime flor  tão pouco vivestes
Desabrochastes no orvalho matinal
Frescor primaveril a te acolher
Sob o sol do meio dia emanavas
Indescritível beleza
Altivas  admiravas o  rei sol
Eras rainha em estado de entrega
Inebriada, apaixonada, pouco sentias
Dolorosos espinhos, veias  ressequidas
Mas no pousar das borboletas
Entregastes  à mãe terra
Uma a uma as tuas pétalas carmim
Ficastes nua  espreitando  a  lua cheia
Caule abandonado, folhas dormentes
Pétalas mortas espalhadas no solo
E tu, tu insana pensavas  ainda ser flor!
Dor!
Retorcia-te em pensamentos
Buscavas tuas  cores outrora vidas, teu  perfume
Azedume!
 Insana nos espaços entre as estrelas
Via-se formosa, exuberante carmim
 Insistias  solitária prolongar a agonia...
Até que no silêncio sepulcral da madrugada
Indiferente  ao movimento  do vendaval
Entregastes  o pouco que de ti restou...
 
 
Ana Stoppa
 


 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 03/05/2014
Reeditado em 18/02/2015
Código do texto: T4792039
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