VOZES SUSSURRANTES

VOZES SUSSURRANTES

Não é sem relevância

as vozes dos mortos,

quando sopram no vento

as suas eternidades;

para quem possa ouvir

as suas súplicas, talvez

arrependidas por suas

doridas infelicidades.

Não é porque estão

mortos que não falam,

que não exprimem

as suas inquietações;

mesmo que, de seus

abismos eternos exalem,

os miasmas mau

cheirosos de suas

degradações.

Enquanto os mortos

não se desfazem

de suas imperfeições,

não há sossego moral

em suas almas

desencarnadas; por

isso lançam através

do vento, as suas vozes

sussurrantes, bem

ávidos que alguem

ouça as suas lamentações,

pelas trevas infames

da morte sufocadas.

Quem, nesse instante,

apreende no vento,

as vozes desses mortos,

que pedem auxílio

para saírem de seus

abismos infernais;

quem, capaz de aguçar

os ouvidos espirituais

no vento, apenas para

consolar as dores

psíquicas desses mortos,

que despertam de sonos

profundos e só sussurram,

sem saberem que estão

vivos na eternidade.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 07/12/2018
Código do texto: T6521089
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