O peixe na nova era.

O peixe pescado é consumido sem cerimônia,

apenas sobram os espinhos que ficam

esquecidos na beira do prato.

Do tempo.

O cheiro, no entanto, se mantém intacto.

Aguça o olfato.

Além do pensamento.

O peixe se foi, mas a água ficou,

embora exista o grande receio

de mudanças de ciclo.

No mundo do meio.

Ficou um aquário para ser ingerido.

Um barco vazio

espera o estio para se aventurar

em águas bravias, no lago, no rio,

na terra ou no mar.

Com a saída de peixes,

um aquário vazio

aguarda para ser preenchido.

Com novos rumos e sentidos.

E tudo se vai novamente e

assim se pressente e espera

nova semente e direção.

Mas em outra nação.

O ciclo se fecha e

abre-se também,

mas poucos percebem ou

entendem o que vêem.

O desenho na areia evidenciava

um pensamento e ensinamento

pouco aprendido e entendido.

Que já é esquecido.

O Cristo, coitado, foi sacrificado,

serviu de repasto aos exploradores.

Agora, no entanto, com retorno marcado,

ele já é mal visto

por mentes pequenas,

estreitas e vazias.

Como fazer para ficar inteiro,

num mundo já decadente,

além de carente?

Outros ciclos passaram,

consumidos que foram com a passagem do tempo,

são poucos os que vêem.

Não estão atentos.

E assim neste aguardo,

enquanto se espera,

comemos o peixe.

Em uma nova era.

VEM.27/03/05

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 29/11/2005
Reeditado em 07/03/2009
Código do texto: T78493