Não há glória sem ter cruz

NÃO HÁ GLÓRIA SEM TER CRUZ

Todos nós trazemos em nosso coração o desejo de ser feliz. E toda nossa vida tem como base e sentido essa busca.

Porém, muitas vezes nos frustramos e nos decepcionamos com a vida e com a busca da felicidade porque pensamos que ser feliz é estar isento de dor e tristeza. Mas não é bem assim.

Contemplamos essa verdade em Jesus. Ele experimentou com sua vida, com sua entrega que “não há glória sem ter cruz”.

Nós, que somos cristãos, imitadores de Cristo, também haveremos de trilhar esse mesmíssimo caminho. O caminho em busca da glória, não esquecendo jamais a cruz.

A cruz nunca foi e nunca será um fim em si mesmo. A tristeza, a dor presente, embora obscureça um pouco nosso modo de enxergar a vida, não pode nos paralisar. Temos que enxergar algo além da cruz, além da dor. Não é fácil, exige-se fé.

O mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo é, portanto, o mistério da nossa vida. O caminho de Jesus é também o nosso caminho.

No caminho, Jesus caiu, Jesus sofreu, Jesus chorou, e enfim, Jesus morreu. Mas sua dor teve um sentido, o sentido do amor, onde o sofrimento tornou-se redentor.

“Ninguém te ama como eu”. Esta é uma declaração que Jesus faz na cruz por cada homem. Os gestos da cruz, os braços abertos de Jesus, significam o amor com que Ele abraçou e manifestou à humanidade. Ele morreu para gerar vida em nós, se abaixou para nos levantar.

Diante dos nossos sofrimentos podemos contemplar esse caminho de Jesus. O caminho que tinha como fim ultimo a glória, mas ciente da cruz que teria que passar para conquistá-la.

Na cruz, descobrimos o valor de quem amamos e quem nos ama de verdade. Jesus, que muitas vezes esteve rodeado de multidão, agora está ali praticamente só. Sua mãe Maria, outras algumas mulheres e o discípulo amado, o jovem João, e mais ninguém. A verdadeira amizade é provada na dor.

Um amigo é um Cireneu dado por Deus, Jesus teve esse amigo, precisou desse amigo para levar a sua cruz. Nós também, na nossa dor, precisamos de amigos como Cireneu, e também precisamos ser amigos, precisamos ser Cireneu na vida dos nossos amigos; precisamos também ser “Verônica” nas lágrimas, no suor dos nossos amigos; precisamos ser “João” a estar ao lado, no silêncio que expressa a linguagem do coração de estar ao lado no momento da cruz, da dor dos nossos amigos. Enfim, precisamos ser “Jesus” a assumir a dor dos nossos amigos como sendo nossas.

Diante de uma grande dor o melhor livro para se ler e meditar é a cruz de Cristo. Enxergar a dor de Jesus torna-se um alívio para minha dor, porque gera em mim a certeza de que minha cruz tranformar-se-á em glória, em ressurreição.

O desejo da meta é força para superar as dores. Principalmente quando esse desejo está permeado por um grande amor. O desejo da glória deve estar presente em nosso coração juntamente com a consciência de que para conquistá-la devemos superar as cruzes da vida.

Enfim, não conquistaremos definitivamente a felicidade quando não houver mais cruz no nosso caminho, mas a conquistaremos quando aprendermos a dar um sentido para nossa cruz, aprendendo a conviver com ela.

O grande segredo da vida não é ter respostas a todas as perguntas, às vezes é preciso saber conviver com as perguntas e aprender com elas para que as respostas sejam mais consistentes. Às vezes a nossa cruz é a grande oportunidade e meio que temos para conquistarmos nossa glória, nossa felicidade. Alguém sábio já dizia “na dificuldade está a oportunidade”. De fato, é verdade.

Minha mãe, certa vez, contou-me os momentos em que eu comecei a andar. Ela falava que ficava me chamando numa determinada distância e eu, com muito medo, tentava ir à sua direção; falou também que levei algumas quedas, embora ela estivesse atenta; depois de tentativas fui dando os primeiros passos. Você que está lendo agora, também teve que aprender a andar, esse aprendizado foi uma prefiguração daquilo que seria toda sua vida, o caminhar da cruz à glória. Foi uma “cruz” ficar inseguro, e ter que dar os primeiros passos, chegando a cair, a chorar, a querer desistir de tudo (e certamente diante do cansaço algumas vezes deve ter desistido), mas a “glória” chegou quando conseguiu bem aprender a andar e poder estar nos braços da sua mãe. Essa foi uma etapa da nossa vida já superada, mas devemos nos lembrar para que seja inspiração para o momento presente. Já não é tão somente nossa mãe que nos chama, nos incentiva na conquista, é o próprio Deus. Ele lhe ama, lhe chama. Eis o maior sentido e motivação da glória. O amor de Deus inesgotável, um amor presente e verdadeiro.

Não há glória sem ter cruz, porque a cruz faz parte da glória. Não há Cristo glorioso sem Cristo crucificado. Não porque supervalorizamos a cruz, mas porque por ela foi conquistada a Salvação da humanidade.

O amor de Deus em nós nos faz caminhar no mesmo caminho de Jesus. O próprio Jesus torna-se nosso “Cireneu” nesse caminho.

TENHA CORAGEM! MESMO NA DOR, NA ESCURIDÃO HÁ SEMPRE UMA LUZ.

NA TEMPESTADE, RESPIRE ESPERANÇA E LOGO VIRÁ A BONANÇA NÃO HÁ GLÓRIA SEM TER CRUZ,

CONFIE EM JESUS.

Hudson Roza
Enviado por Hudson Roza em 16/03/2010
Código do texto: T2141211
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.