A FORÇA DO PERDÃO

Grande é a força do perdão
A sua liberação é indescritível
Bem maiores do que as bombas
em quilotons e em megatons.
O estrago é sem comparação
Abala as fortes estruturas
Os bunkers mais profundos
Os corações mais duros
O irmão mais ressentido
O perdão desintegra grilhões,
cadeias construídas há muito tempo.
Que criam pessoas amarguradas,
resistentes à superficiais desculpas.
A mágoa são lágrimas petrificadas
O perdão é uma arma poderosa,
que desfaz caminhos das intrigas
e constrói sendas de reconciliação.
O perdão, no seu interior não há
Hidrogênio e nem partículas atômicas,
mas arrependimento e misericórdia.
É pelo perdão que milhões
não irão para o inferno.
É pelo sangue de Cristo
que tem a remissão dos pecados.
E é pela nossa metanoia
que eles nos são retirados.







 


 
Nota: Vou contar um testemunho. Conheci uma
senhora que morava sozinha que era separada do marido,
tinha dois filhos e uma filha (todos casados).
Percebia-se que essa
senhora era uma pessoa amargurada,
sempre com a cara fechada e com um jeito seco.
No entanto ela foi com a minha cara.
Pegamos amizade e ela sempre dava algum
brinquedo que sua neta não usava mais
para minha filha. E nessas conversas,
um dia ela se abriu e contou sobre sua vida.
Contou que não tem contato com sua mãe
(que esta disse que quando as filhas
se casassem poderiam considerar que
ela tinha morrido), contou que seu marido
a traiu e foi embora com outra e também
que seus filhos eram magoados e não iam
em sua casa  por ela ter mimado exageradamente
a filha caçula (quase dez anos mais nova)
bem mais que eles. A própria senhora me confirmou
que ela tratou diferente a filha dos outros filhos.
E nesta conversa, eu disse-lhe para tentar
se aproximar deles. Que ela chamasse cada dia
um para comer em sua casa, faria o que 
mais gostassem de comer e se o clima
estivesse favorável, que pedisse perdão.
Naquele instante começou a sair lágrimas dos olhos da senhora,
ali foi destrancado com a sétima chave
o coração dela. E me disse que ia pensar,
porque um dos filhos tinha falado de um jeito
que a tinha magoado bastante e ela bateu boca
com ele, e este também não iria perdoá-la. Então eu disse-lhe
que deveria fazer a parte dela, isso seria o mais
importante. E encerramos a conversa ali.
Passou algum tempo e ela me viu na rua
e me chamou. Veio contar as novidades
com um sorriso jubilante no rosto. Disse-me que
fez o que eu tinha orientado. Perguntei se o filho
tinha vindo. Ela disse que não.
Como assim?! perguntei. Ela me disse que ele
não aceitou de ir na casa dela 
e que tinha outro compromisso. Contudo, estava
muito contente que parecia que tinha saído
um peso dela. E que até escreveu uma carta
para lhe entregar, e me mostrou. Disse-lhe que
a parte dela foi feita. E que Deus agora iria
começar a mexer os pauzinhos para a reconciliação.
E que ela deveria também fazer
a mesma coisa com a mãe dela.
Porquanto no dia que sua mãe morresse,
aí não teria mais jeito. 
E nesse dia pude presenciar mais uma vez
a poderosa força que há no perdão.



Publiquei estas poesias sobre o poder do perdão, se caso interessar:

-O perdão e o punhal

-Ainda bem que existe o perdão
-A força do perdão