Ah! Como é Bom Amar

“E, por se multiplicar a iniqüidade,

o amor de muitos se esfriará” (Mt. 24:12).

Sob um manto de negrume implacável,

Cercado de “multidões” por todos os lados.

Um náufrago na ilha intitulada solidão,

Após soçobrar da nau coração.

Diante de um oceano ofegante por vida,

Meu grito (e muitos gritos) que arde,

Engasgado ressoa.

Espargindo força e vitalidade,

Para aquele aflito mar:

Ah! Como é bom amar!

Como o bramido de ondas furiosas,

Agitando o mar de turbas inquietas,

Vozes distintas ecoam:

Retrógrado!... Simplório!...

Tolo!... Mentiroso!...

Que fazer! Estou ilhado (muitos estão)

Por acreditar que amar é bom.

Meu grito não pode calar.

(Oh, ilhados não se calem!)

Silenciar-me, sucumbiria.

Opto em ficar ilhado (Qual é a sua escolha?)

Que mergulhar num oceano de emoções,

Vazios de vida e sem expressão.

Onde o amor foi excluído,

Banido dos corações.

Zombem de mim.

Torçam o nariz.

Enruguem a fronte.

Olhem-me de lado.

Apontem-me o dedo.

Julguem-me sem tino.

Que digam: és insensato!

Que me avaliem: irresponsável!

Que me considerem: “doido varrido”

Meu grito (e de todos que crêem no amor)

Não pode calar: Ah! Como é bom amar.