Aquele menino

Aquele menino pobre

Vem de uma família nobre

Mas não teve distinção

Num ambiente restrito

Vivera como precito

Sem nenhuma proteção

Não teve infância bela

Longe da casa singela

Cantara seu sofrimento

Um verdadeiro andarilho

Para o mundo um peralvilho

Para Deus um ser portento

Na distancia de seus pais

Viu momentos desiguais

Na sua tétrica existência

Jogado no mundo a esmo

Reflete consigo mesmo

A mais terrível pendencia

Num ostracismo bisonho

Ele se torna medonho

Na face desse planeta

Cantando a rude desgraça

Excomunga a populaça

Como um triste anacoreta

Sentindo a decrepitude

Aquele menino rude

Teme a negra solidão

Longe da casa paterna

Canta mágoa sempiterna

Que mora em seu coração

Naquele ambiente fosco

Aquele menino fosco

Se tornara pensabundo

E como um ser melancólico

Canta o mundo diabólico

Como o mais terrível mundo

Como um triste madrigaz

Aquele menino aldaz

Se tornara um malandéu

Sem garra de aventureiro

Aceitara o cativeiro

Desse mundo de labéu

Esse rebento labrego

Nunca teve um aconchego

Nesse mundo tenebroso

E como um menino pobre

Canta como Antônio Nobre

Esse mundo mentiroso

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 16/12/2013
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