O baú do tesouro

...enterrei o baú do tesouro

Numa ilha deserta

Fiz um mapa fajuto

Para enganar os espertos

Era um tesouro pirata

De um navio roubado

Que lutou com corsário

E terminou afundado...

Durante uma guerra brutal

O navio pirata dispara o canhão

Aniquilando marujos na batalha naval

Ferindo de morte o meu galeão

Eu era um marinheiro leal

Da destemida esquadra real

A quem foi dada a tarefa

De esconder um tesouro vital

A cabine do capitão

Escondia no assoalho um alçapão

Onde ocultei o tesouro real

No escuro daquele porão

O baú do tesouro

Ficou guardado comigo

Enquanto afundava o navio

Com seus mastros caídos

Pequenina e deserta

Havia uma ilha no sul

Era um ponto no mapa

Bom para enterrar o baú

Era um pesado baú de carvalho

Com moedas de prata e lingotes de ouro

Pedras preciosas, diamantes

E jóias em sacos de couro

Para fugir dos piratas

Deixei no navio um mapa fajuto

Levei comigo o baú do tesouro

E na ilha deserta enterrei todo o ouro

Ao norte da ilha havia um vulcão

Pintado no mapa feito um borrão

Marquei com um X o falso tesouro

Para despistar os piratas com fome de ouro

Ao sul dessa ilha

Encontrei uma gruta sem luz

Que no mapa real

Marquei com uma cruz

Saltei do meu barco na ilha

Sem que me notassem a fuga

Carreguei o baú mais de milha

Quando desabou uma chuva

Durante a tempestade terrível

Entrei numa caverna escura

Um tufão varreu toda a ilha

E eu descansei da loucura

Na gruta escura enterrei o baú

Além do vulcão ao lado da praia

Salvo dos piratas e da sua laia

Na tempestade fiquei de tocaia

Com o tesouro enterrado

Corri para a praia ao lado

Quando me vi desolado

- Onde estava o meu barco?

A tempestade a noite foi-se pro norte

E as ondas levaram pra longe meu bote

Fiquei perplexo a fitar o horizonte

Enquanto pensava na minha má sorte

Depois da batalha

Foi a pique o galeão

Sugou todo marujo

Num vil turbilhão

No fundo do mar

Jazia o meu galeão

Os corpos boiavam

Em meio à destruição

Naquele momento, perdido

Estava traçado o destino

Ninguém notou minha falta

Enquanto zarpava o navio

Fui abandonado nessa ilha perdida

Pelo navio pirata que agora partia

Com o tesouro real que mais nada valia

A carregar o meu fardo e suportar minha sina.

Fábio Pirajá
Enviado por Fábio Pirajá em 29/01/2008
Reeditado em 30/01/2008
Código do texto: T837480