Chuva Incidental

Olho a chuva

Que cai pela vidraça

Da janela

Seus pingos são cacos

De vidros

Que cortam os telhados

E os negros asfaltos

E apaga a arandela

Os relâmpagos

Assustam as cortinas

E meu camaleão

Meus olhar

E meu coração há muito

Já se acostumou

Com as tempestades

As violetas do jardim

Apenas protegem

As sobrancelhas

Minha sombrinha silenciosa

Guarda algumas cicatrizes na sua pele

Escura

Alguns machucados no seu exoesqueleto

De metal

E a chuva continua caindo

Com seus pingos

De vidros

Sua canção incidental

E escorrendo para o esgoto

Ocidental.

Luiz Alfredo - poeta

luiefmm
Enviado por luiefmm em 23/05/2013
Código do texto: T4304288
Classificação de conteúdo: seguro